De acordo com esse levantamento, estima-se que cerca de 90% da população do Continente não tenha problemas de água em 2005, mesmo mantendo-se a presente situação de escassez pluviométrica. Relativamente à restante população, prevê-se que, para uma parte dela, possa ser necessária a adopção de medidas excepcionais até ao final do ano para garantir o adequado abastecimento, se as condições meteorológicas não se alterarem significativamente.
Os problemas de escassez estão concentrados sobretudo no interior do País, de Norte a Sul, e correspondem maioritariamente a situações com abastecimento proveniente de origens subterrâneas. Há um número restrito de concelhos que já adoptaram medidas excepcionais, designadamente transporte de água intra-concelho, antecipação de reactivação de furos de reserva e campanhas de sensibilização da população nos órgãos de comunicação social para a utilização eficiente da água. Admite-se, para diversas outras entidades gestoras, a possibilidade de terem que ser tomadas medidas excepcionais a curto ou médio prazo, que na maioria dos casos já estão elencadas.
Genericamente, as recomendações do IRAR para as entidades gestoras com maiores problemas passam pela implementação de medidas sobre a procura de água, através da redução voluntária de consumos, da restrição ou mesmo suspensão de abastecimento a algumas actividades e, se necessário e em último caso, da restrição ao abastecimento público. Devem paralelamente implementar planos de contingência que incluam medidas sobre a oferta de água, através da construção de novas origens e da reactivação de origens de reserva ou abandonadas, ou mesmo do transporte de água através de cisternas.
A sensibilização da população é especialmente importante, na medida em que pode promover, no interior das habitações, uma melhor utilização de torneiras, autoclismos, chuveiros e máquinas de lavar roupa e louça e, no exterior, procedimentos adequados ou mesmo suspensão de lavagem de pavimentos e veículos e de rega de jardins.