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Impacte da seca no abastecimento de água

2005.05.11

O IRAR, enquanto autoridade competente para a qualidade da água para consumo humano desde Dezembro de 2003, tendo em conta as condições meteorológicas anormais verificadas nos últimos meses, tem vindo a acompanhar atentamente a situação em todo o País. Nesse âmbito, procedeu, em Janeiro de 2005, ao levantamento das disponibilidades da água para consumo humano junto de todas as entidades gestoras dos sistemas de distribuição de água no Continente, de forma a avaliar os efeitos previsíveis no abastecimento público de água e nomeadamente na qualidade da água.

De acordo com esse levantamento, estima-se que cerca de 90% da população do Continente não tenha problemas de água em 2005, mesmo mantendo-se a presente situação de escassez pluviométrica. Relativamente à restante população, prevê-se que, para uma parte dela, possa ser necessária a adopção de medidas excepcionais até ao final do ano para garantir o adequado abastecimento, se as condições meteorológicas não se alterarem significativamente.

Os problemas de escassez estão concentrados sobretudo no interior do País, de Norte a Sul, e correspondem maioritariamente a situações com abastecimento proveniente de origens subterrâneas. Há um número restrito de concelhos que já adoptaram medidas excepcionais, designadamente transporte de água intra-concelho, antecipação de reactivação de furos de reserva e campanhas de sensibilização da população nos órgãos de comunicação social para a utilização eficiente da água. Admite-se, para diversas outras entidades gestoras, a possibilidade de terem que ser tomadas medidas excepcionais a curto ou médio prazo, que na maioria dos casos já estão elencadas.

Genericamente, as recomendações do IRAR para as entidades gestoras com maiores problemas passam pela implementação de medidas sobre a procura de água, através da redução voluntária de consumos, da restrição ou mesmo suspensão de abastecimento a algumas actividades e, se necessário e em último caso, da restrição ao abastecimento público. Devem paralelamente implementar planos de contingência que incluam medidas sobre a oferta de água, através da construção de novas origens e da reactivação de origens de reserva ou abandonadas, ou mesmo do transporte de água através de cisternas.

A sensibilização da população é especialmente importante, na medida em que pode promover, no interior das habitações, uma melhor utilização de torneiras, autoclismos, chuveiros e máquinas de lavar roupa e louça e, no exterior, procedimentos adequados ou mesmo suspensão de lavagem de pavimentos e veículos e de rega de jardins.